Anteontem, tivemos um "pot pourri" das atracões da região. As melhores se situavam do lado de lá da ponte Mauá. Primeiro, fomos aos tais Free Shops de Rio Branco. Pra mim, que conheci uma Rio Branco pequena e tímida, com um comércio interessante, mas basicamente de produtos locais, foi um susto ver como cresceram as então pequenas lojas da Neutral, do Mario e outras. Cadê, por exemplo, a loja da Manuela, que vendia couros? Deve ter se transformado em um daqueles gigantes. Em outros tempos, eu me perdia por entre suas araras repletas de artigos em lã e couro, procurando por roupas de inverno que só encontraria ali. O sobretudo que usei na minha primeira viagem à Europa saiu de suas prateleiras. Também não conseguia lembrar mais em que loja comprava os queijos de colônia e um outro molenga, que se derretia no balcão, excelente para sanduíches. Tudo que via agora era a pujança de um comércio de importados, muitos finíssimos, e outros nem tanto. Lembro-me que para comprar perfumes importados de boa qualidade no Uruguai, havia uma farmácia na Coxilha, que tinha de tudo um pouco. Deve ter se transformado agora numa dessas grandes lojas depois da ponte.
De qualquer forma, fui arrebatada pelos estabelecimentos espaçosos e sortidos (apesar de ainda não ter encontrado a câmera DLSR que desejo), onde trabalhadores brasileiros e uruguaios se mesclam para atender o público cada vez maior. Numa quarta-feira as lojas já ferviam, imagino como deva ser o fim-de-semana! Ou talvez seja melhor nem imaginar... À tarde, depois de almoçar com minha família em um restaurante no Brasil (com donos muito simpáticos), um pouco de descanso e uma nova visita ao Uruguai, desta vez para apresentar à minha filha a Lagoa Mirim.
Antes, uma parada estratégica numa das melhores padarias de Rio Branco, pra minha mãe comprar os quitutes da viagem. Sim, viagem, pois a lagoa fica longe dos centros urbanos. Algo como 20 minutos de estrada, passando por fazendas de ovelhas, de gado de corte e plantações de arroz, muitas plantações de arroz.
Cansada, minha boneca dormiu no caminho, e foi acordada pelo vovô quando já estávamos estacionados em frente à praia. Isso mesmo, praia com areia e tudo, até mesmo com gaivotas, moluscos e umas marolinhas formadas pelo intenso vento que está sempre marcando sua presença. As diferenças entre uma praia de lagoa e uma de mar são basicamente a cor da água, o gosto e o fato de você às vezes poder enxergar o lado de lá. De resto, tudo igual: as casas de veraneio, o comércio de temporada... Ah, sim há mais uma diferença básica: quando o nível da água baixa na lagoa, não é só por fatores naturais, mas porque estão retirando água para as plantações.
O nível da Lagoa Mirim está baixo, este ano, o que não atrapalhou a diversão de minha filha. Uma criança fresca talvez não topasse muito pisar na areia quase lodosa que se apresentava diante de nós, por causa do nível baixo. Mas ela não se intimidou nem um pouco e avançou água adentro, onde conheceu duas meninas uruguaias muito simpáticas. Num instante ficaram amigas, e minha filha já trocava o "sim" pelo "si", arranhando o melhor "portunhol" que podia, para uma menina de 5 anos. Juntou-se à brincadeira um brasileirinho com uma prancha de windsurf sem a vela, o que garantiu diversão por muito tempo. Foi difícil tirá-la de lá, mas era preciso, pois seu bisavô já estava muito cansado e precisava voltar pra casa. Ontem foi o dia da procissão fluvial de Nossa Senhora dos Navegantes. Estava chovendo fininho, as festividades se desenrolaram com muita simplicidade. Registrei o evento com uma foto do barco mais decorado.
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