Ontem, na estrada, achei bem agradável perceber a mudança de cenário, indicando os outros costumes, a economia diferente. Parecia que o Rio Grande do Sul se dividia em dois: um pré-Porto Alegre e um pós-Porto Alegre.
À medida que nos afastávamos de Serafina Corrêa, os campos de milho e soja iam dando lugar a fábricas, as pequenas casas isoladas a assentamentos do MST e acampamentos indígenas. Chegando bem perto da cidade, podia-se ver as usinas de reciclagem e os prédios crescendo, em proximidades e andares.
Uma agradável pausa para o almoço na Casa das Cucas me fez pensar no apego do gaúcho às suas tradições. Um cartaz no banheiro feminino pede às clientes que não lavem suas cuias na pia... Quantas cuias a serem lavadas na beira da estrada, a ponto de entupir a extensa fileira de lavatórios daquele banheiro!
Ao nos afastarmos, esse cenário de cidade grande foi dando lugar a uma paisagem bucólica, novamente, mas com características diferentes: o milho e a soja foram rareando, e começaram a aparecer pastagens, gado, arroz, silos... As casas do campo, que anteriormente eram de madeira, passaram a ser de alvenaria. As cidadezinhas com entradas floridas foram substituídas por outras mais austeras, até um pouco castigadas pelo tempo e por pessoas não muito interessadas em preservar as belezas de onde mora.
Uma dessas entradas é justamente a de Jaguarão. Um belo projeto inspirado na Ponte Mauá, mas com todas suas janelas quebradas, pedaços de madeira tapando alguns vãos e nenhuma florzinha pra dar cor ao conjunto... Mas vamos em frente! A Cidade Heróica ainda resiste aos maus tratos que tem sido submetida. Torço para que o recente tombamento do IPHAN abra os olhos de seus moradores e visitantes.
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